“Ritidectomia” ou “Ritidoplastia” é o nome dado à cirurgia que procura eliminar a flacidez e atenuar as rugas da pele da face e do pescoço, assim como remover os excessos de gordura localizada no pescoço. Como resultado a face adquire um aspecto mais jovial e a pele fica mais lisa, fazendo a pessoa parecer mais jovem.

Ao contrário das notícias comumente veiculadas em jornais e revistas não médicas, em reportagens muitas vezes fantasiosas, essa cirurgia não elimina todas as rugas. Não existe cirurgia que atinja esse resultado. Essa é uma observação muito importante para evitar interpretações errôneas por parte dos pacientes e não criar expectativa de algo que não vai ocorrer integralmente.

  • QUANDO A RITIDOPLASTIA É INDICADA

    Os seguintes aspectos determinam a indicação de uma cirurgia para a remoção de rugas:

    • Presença de sulcos profundos do canto do nariz ao canto da boca;
    • Perda da linha contínua do contorno da mandíbula, que caracteriza a juventude;
    • Rugas distribuídas nas bochechas, combinadas ou não com a flacidez da pele;
    • Flacidez e aparecimento de ”cordões” de pele no pescoço, combinados ou não com depósito de gordura e rugas na fronte (testa).

    A ritidoplastia melhora esses problemas, sem, entretanto, corrigir os excessos de pele e bolsas de gordura das pálpebras, ou os vincos ao redor da boca. Detalhes sobre esses problemas serão informados na primeira consulta.

    Serão avaliados detalhadamente a espessura da pele, a extensão da flacidez, os tipos de rugas existentes, a qualidade da pele (seca, oleosa, mista). A qualidade do resultado da cirurgia e também a sua duração dependerão desses fatores, bem como da idade e dos hábitos do paciente, e das possíveis variações de peso do corpo, etc. Esses detalhes também farão parte das explicações dadas na primeira consulta.

    De acordo com os problemas existentes, o médico dará também informações e orientações sobre procedimentos cirúrgicos combinados, como rinoplastia (cirurgia de nariz), cirurgia das pálpebras, de aumento e diminuição do queixo, lixamento dos lábios, peeling químico, laser, etc., entretanto a decisão sobre o que fazer será exclusivamente da paciente.

    A melhor faixa etária para se submeter à ritidoplastia é nas décadas dos 40 e 50 anos. Nada impede, porém, que pessoas na faixa dos 60, 70 e 80 anos, possam ser operadas pela primeira vez, ou repetir a cirurgia pela segunda, terceira ou até mesmo quarta vez.
    É importante compreender que o envelhecimento ocorre de maneira irregular nos diversos setores da face. Em outras palavras, em uma mesma pessoa a região do pescoço pode apresentar um aspecto de 60 anos, enquanto as pálpebras parecem ter 40. Os sulcos ao lado da boca podem ser muito pronunciados, enquanto a fronte parece normal, sem rugas, numa mulher de 65 anos. Quanto mais idosa for a paciente, menor.

    Será o tempo de duração dos efeitos da cirurgia. O mesmo ocorre com pacientes portadores de pele seca e quebradiça. Ao contrário, aquelas com pele gordurosa e espessa obtêm melhores resultados e efeitos mais duradouros.

    O fenômeno de envelhecimento é continuo e inexorável. Os efeitos da cirurgia vão se apagando de maneia variada de pessoa a pessoa, em função dos fatores já mencionados, porém a pessoa estará sempre melhor na aparência do que se nunca tivesse sido operada.

    É importante compreender que a ritidoplastia não deve interferir na expressão fisionômica, mas unicamente atuar sobre a pele, no sentido de retirar os excessos existentes. Excepcionalmente aspectos básicos da fisionomia poderão ser mudados em função da necessidade de uma melhoria estética, após acordo estabelecido entre médico e paciente.

    O resultado da ritidoplastia é o rejuvenescimento facial. Por vezes associam-se a elas cirurgias do mento (queixo), nariz e maçãs do rosto, numa tentativa de diminuir alguns detalhes que caracterizam a senilidade ou que porventura já existiam anteriormente.

  • HOSPITALIZAÇÃO, TEMPO DE CIRURGIA E ANESTESIA

    A internação pode ser feita uma hora antes da cirurgia. O tempo de permanência no hospital é de 24 horas. Durante esse período não há nenhuma restrição quanto à alimentação. No leito recomenda-se deitar-se de costas e manter o tronco elevado.

    O tempo de cirurgia varia entre 2,5 a 3 horas, quando a fronte (testa) não é tocada, isto é, quando não requer operação, por falta de rugas. Caso contrário, adicione-se mais 1 hora, para a cirurgia da testa.

    Deve-se sempre considera e um tempo maior de permanência no centro cirúrgico (aproximadamente 2 horas) em função do período que antecede a cirurgia para preparação do campo operatório e a anestesia, bem como do período de recuperação pós-anestésica.
    A anestesia é geral, ou local combinada com sedação. Em ambos os casos há sempre controle das condições clínicas com monitores, isto é, aparelhos que registram ininterruptamente pulso e pressão sanguínea, eletrocardiograma e as condições gasosas do corpo, permitindo avaliação do estado geral da paciente. O anestesista permanecerá na sala durante todo o tempo que durar a cirurgia e a anestesia. Quando a operação é realizada com anestesia local, há uma forte sedação prévia, que dá uma sensação de sono profundo, para que a paciente não se aperceba da cirurgia. O anestesista é responsável pelo monitoramento durante todo o tempo em que a paciente permanecer no centro cirúrgico.

  • CIRURGIA E CICATRIZES

    Um pouco antes do inicio da cirurgia, algumas pequenas áreas do couro cabeludo serão raspadas para que as incisões que ali forem feitas fiquem perfeitamente camufladas. A parte raspada do couro cabeludo representa sempre o segmento a ser ressecado (retirado). Assim, feita sutura, os cabelos se juntarão novamente, não restando nenhuma área sem eles.

    As cicatrizes no couro cabeludo, na frente e atrás da orelha ficarão completamente camufladas, e não haverá necessidade de modificar o penteado para isso. Existem casos, porém, de pacientes com cabeleira escassa, em que não há como impedir que os cabelos fiquem mais rarefeitos, sendo necessário fazer penteados especiais para cobrir as áreas operadas. As cicatrizes permanecerão com um fio de cor rósea até o quinto mês do pós-operatório, tornando-se brancas após esse período. Raramente exigem retoques. Caso a paciente esteja usando cabelos longos, recomenda-se não os cortar antes da cirurgia. Isso não ajuda; ao contrário, o cabelo curto atrapalha mais. A quem usa tinturas recomenda-se o tingimento habitual dos cabelos 2 (dois) dias antes da cirurgia, uma vez que poderá ser feito novamente após 3 semanas.

  • CUIDADOS NO PÓS-OPERATÓRIO

    1. Ao final da cirurgia serão aplicados drenos e um curativo que envolve toda a cabeça e o pescoço, deixando os olhos, o nariz e a boca descobertos. Os drenos serão retirados após 24 horas e a paciente irá para casa sem eles. É permitido escovar os cabelos antes de sair do hospital e aconselha-se levar óculos escuros e um lenço para cobrir a cabeça.
    2. Recomenda-se dormir com vários travesseiros durante a primeira semana. A cabeça elevada ajuda a diminuir os inchaços e as equimoses. Esses inchaços pioram no segundo dia, mas não deve ser motivo de preocupação: eles tendem a diminuir a parti do quinto dia. Não é permitido tomar aspirina nem tomar medicação para emagrecimento.
    3. A partir do segundo dia após a cirurgia os cabelos devem ser lavados com xampu, esfregando as áreas em que houver pontos. Não há restrição ao uso de secador de cabelos. As crostas de sangue devem ser removidas, para evitar infecção. Para isso, recomenda-se esfregar bolas de algodão embebidas em água com sabonete comum em todos os pontos em volta das orelhas e no couro cabeludo. Essa limpeza deve ser feita, sem medo, duas vezes ao dia (pela manhã e pela noite) os pontos devem ficar lustrosos. As crostas podem ser amaciadas com óleos de amêndoas antes da limpeza. Os cabelos devem ser lavados com esses cuidados todos os dias, até que se possa sentir que estão livres da vaselina usada na cirurgia e do sangue residual. Em geral, 3 a 4 lavagens assim são suficientes. Em seguida, passa-se a lavar os cabelos normalmente, conforme a sua rotina. As crostas de sangue irão se soltando naturalmente. Nunca se deve forçar as mais resistentes!
    4. Os pontos diante das orelhas serão retirados entre o quinto e sexto dia. Os pontos atrás das orelhas e os do couro cabeludo, entre o nono e o décimo dia.
    5. Nas duas primeiras semanas após a cirurgia deve-se tomar cuidado com blusas e suéteres de gola olímpica, evitando tracionar o lóbulo da orelha ao retirá-los.
    6. Após o quinto dia o inchaço começa a regredir rapidamente. As equimoses mais escuras atenuam-se e desaparecem em duas semanas, raramente chegando à 3ª semana. Isso, porém, pode variar de acordo com cada organismo.
    7. Observe e informe seu médico se possui fragilidade capilar.
    8. Cremes hidratantes ou nutritivos (da marca da preferência da paciente) podem ser usados a partir do terceiro dia.
    9. Tintura nos cabelos poderá ser feita após a terceira semana, ou de acordo com a indicação do médico, que fará a avaliação definitiva da cicatrização.
    10. Certa sensibilidade e ”dureza” na pele ao redor das orelhas e no pescoço não devem ser motivo de preocupação. São reações cicatriciais naturais. As características normais da pele nessas regiões voltarão dentro de 8 a 12 semanas.
    11. Quando a fronte é operada, é normal ocorrer uma pequena queda de cabelos na área do corte no couro cabeludo. Essa queda é temporária e não deve preocupar: haverá normalização dos cabelos nesse local depois de 3 ou 4 meses.
    12. A paciente estará liberada para dirigir após 7 a 10 dias.
    13. Atividades esportivas (caminhar, andar de bicicleta, ou na esteira, jogar tênis, golfe, praticar equitação, ir à sauna, etc.) devem ser evitadas por 6 a 8 semanas, ou de acordo com a orientação médica.
    14. Banhos de sol são facultativos após a terceira semana. Devem, porém, ser evitados períodos longos de exposição ao sol e a pele deve ser protegida com creme hidratante. Banhos de piscina e de mar serão permitidos também após 4 semanas, ou de acordo com a orientação médica.